Anef registra alta na liberação de recursos para financiamentos

Anef registra alta na liberação de recursos para financiamentos

Mas continua preocupada com volta da inadimplência a patamares anteriores

A Anef, associação que reúne as empresas financeiras das montadoras, informou na sexta-feira, 23, que foram liberados R$ 27,6 bilhões para financiamentos de veículos de janeiro a março deste ano no País. O volume é 7% superior em relação ao anotado em igual intervalo do ano anterior.

Considerando apenas março, nota-se uma pequena queda na liberação de recursos, com R$ 8,3 bilhões concedidos, ante R$ 8,8 bilhões do exercício anterior. Esta diferença deve-se principalmente pela quantidade menor de dias úteis deste ano, devido o feriado de Carnaval.

A Anef mostra que o saldo das carteiras de financiamentos apresentou queda consecutiva durante os três primeiros meses de 2014. Mas diz que, apesar das retrações, o saldo do crédito para aquisição de veículos pelas pessoas físicas e jurídicas correspondeu a 4,5% do PIB. As carteiras de CDC e leasing fecharam o primeiro trimestre em R$ 223,1 bilhões em contratos ativos, após a queda de 1,1 ponto percentual em março.

Décio Carbonari, presidente da Anef, explica que a queda no saldo de financiamentos não está atrelada à retração no número de propostas aprovadas. “O setor utilizou promoções, como as de taxa zero, fator que diminuiu o valor médio dos financiamentos e teve grande impacto no saldo. A política adotada pelas montadoras ao subsidiar taxas menores provoca esta queda no saldo, mas torna o financiamento mais atraente e tende a estimular a venda de veículos.”

A inadimplência no setor automotivo teve queda de 0,1 p.p. em março, chegando a 5%, no CDC para pessoa física. Os atrasos inferiores a 90 dias, apesar de não representarem inadimplência, apontaram alta. Também em CDC para pessoa física, passaram de 7,5%, em fevereiro, para 8,4% em março, o maior índice desde maio de 2013, quando atingiu 8,5%.

Para Carbonari, as consecutivas quedas na inadimplência são motivo de comemoração, mas não para acomodação. “Apesar das constantes baixas permanece a preocupação para que o endividamento não volte a crescer e o número de atrasos não retorne aos patamares anteriores”, comenta.

JUROS, PLANOS E MODALIDADES

As taxas de juros apresentaram-se estáveis em março. A ponderação média utilizada pelo mercado, para pessoa física, teve ligeira queda, passando de 1,8% a.m. e 23,9% a.a. para 1,77% a.m. e 23,5% a.a., respectivamente. As taxas praticadas pelas associadas da Anef se mantiveram em 1,35% a.m. e 17,46% a.a. A Selic, que iniciou o exercício em 0,84% a.m. e 10,50% a.a., não sofreu grandes oscilações e seguiu em 0,85% a.m. e 10,75% a.a.

Nos contratos firmados em março, os planos máximos oferecidos pelos bancos foram de 60 meses, mas a média manteve-se em 42, assim como em igual mês de 2013.

Durante o primeiro trimestre, 52% das vendas de veículos e comerciais leves foram efetuadas por CDC. A segunda modalidade mais utilizada foi o pagamento à vista, que representou 38%, seguido pelo consórcio, 8%, e vendas por meio de leasing, com apenas 2%.

No segmento de caminhões e ônibus, 71% foram adquiridos com pagamento via Finame; 14% à vista; 11% por CDC; 2% por consórcio; e 2% utilizando leasing e Finame Leasing. Na aquisição de motos, as modalidades de pagamento foram divididas entre consórcio, 36%, CDC, 32%, e pagamento à vista, 32%.

Fonte: Automotive business